Como envolver pessoas que usam drogas em programas de redução de danos

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É amplamente reconhecida a importância de envolver pessoas com experiência de uso de drogas em programas de redução de danos e em políticas sobre drogas. As pessoas que usam drogas têm o direito de participar de decisões que influenciam suas vidas e são os verdadeiros especialistas quando se trata de redução de danos. A Rede Internacional de Pessoas que Usam Drogas (INPUD) vem pedindo o envolvimento significativo de pessoas que usam drogas em todas as intervenções envolvendo a comunidade, com base no lema "nada sobre nós, sem nós".

No entanto, em suas práticas diárias, muitos programas de redução de danos enfrentam desafios para aplicar esses princípios. É por isso que este guia foi construído. Ele fornece recomendações muito práticas sobre como envolver, gerenciar e empregar pessoas que usam drogas. O guia reflete as perspectivas de redutores de danos e gestores que trabalham em programas de redução de danos. Baseia-se primeiro nos desafios enfrentados, para então propor um conjunto de recomendações práticas.

A diretriz principal

A diretriz que norteia todas as recomendações é promover a redução de danos internamente:

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As oito recomendações

As oito recomendações que concluímos são:

  • Pay attention to recruitment

    It is recommended that both peers and managers are given the opportunity to be involved in all steps of the recruitment process for new staff.

  • Offer diverse work engagement levels

    Not everyone will be ready or willing to work full time or in specific outreach functions. Offering different levels of work engagement creates opportunities for people who use drugs to progress through the organisation while respecting their possibilities and needs at a given moment.

  • Promote a harm reduction approach to drug use among staff.

    Develop non-prohibitionist regulations at the workplace and focus on job performance instead of on drug use. What matters is that staff must be fit for work and protect the organisation’s image.

  • Foster a supportive work environment

    Be appreciative and build trust. Provide good work conditions and support workers’ needs and self-care, for instance, by being flexible with working hours when staff needs to frequent OST, HIV, or HCV treatment.

  • Provide and foster mental health care

    Offer debriefing sessions and other types of psychological and mental health support, both in groups and individually. Contribute to demystify mental health by promoting basic mental health training.

  • Build and sustain boundaries

    This implies being transparent about rules and how they are applied for everyone, but also help to recognise, building, and maintaining boundaries to help protect staff from emotional burden.

  • Invest in team care by promoting diversity and respect

    Invest in team care and promote an environment of trust among colleagues. Foster the construction of a diverse group and promote respect for this diversity within the team and the organisation.

  • Promote meaningful involvement of staff who uses drugs

    Involve staff who uses drugs at all levels, not only on service delivery. Include staff in planning, evaluating, policy-decision making.

Cada cultura é diferente

Sabemos que cada cultura é diferente, e cada país tem um contexto específico relacionado às suas políticas sobre drogas, ao nível de estigma em torno do uso de drogas, os tipos e o número de programas de redução de danos disponíveis, bem como a legislação que apoia a redução de danos. Por essa razão, o guia foi pensando e situado no contexto específico da África do Sul. No entanto, acreditamos que muitas de suas recomendações podem ser úteis para programas em outros lugares do mundo. Essas recomendações oferecem perspectiva sobre desafios que temos visto comumente em programas de redução de danos em outros lugares.

O guia (em inglês) está disponível para leitura aqui e em breve estará disponível para download na página do projeto.

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about the project

O projeto foi financiado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e pela Fundação para o Desenvolvimento Profissional (FPD) na África do Sul e foi coordenado pela Mainline. Eu realizei a pesquisa como consultora.

Para escrever o guia, entrevistei 20 redutores de danos e coordenadores que trabalham em programas de redução de danos na África do Sul e fiz dois grupos focais com redutores com experiência de uso de drogas. Também curti muito acompanhar os redutores em suas atividades de campo no país. Recomendações dos guias escritos anteriormente e uma revisão de literatura também foram incluídos. Uma vez que um primeiro rascunho do guia estava pronto, ocorreu uma revisão comunitária, onde os participantes do estudo e outros atores chave da área foram convidados a revisar e dar feedback ao documento. A revisão resultou no guiafinal.

Estou feliz que o guia está pronto para ser compartilhado!! E espero que possa contribuir para reduzir os danos nos ambientes de trabalho de muitos redutores e redutoras de danos.

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